O ministro Edison Lobão (Minas e Energia) reconheceu nesta quarta-feira (8) que o governo estuda aumentar o preço da gasolina neste ano. A "maior preocupação", ressaltou o ministro, é com o impacto da medida na inflação do país."Nós temos que pesar (...) de um lado a necessidade de fazer [o reajuste], de outro lado a preocupação com o processo inflacionário", afirmou em evento da Presidência da República.Segundo Lobão, "existe a possibilidade" de aumento neste ano, mas ainda "não existe a decisão". "O governo gostaria que esperasse um pouco mais, porém a necessidade é tão grande que o governo pode vir a ceder", ponderou.O ministro também se referiu ao prejuízo enfrentado pela Petrobras --o valor foi de R$ 1,3 bilhão no segundo semestre. A presidente da estatal, Graça Foster, ressaltou ontem que a defasagem entre o preço da gasolina no mercado doméstico e no exterior não foi a principal razão para o valor negativo.Lobão afirmou que o aumento seria importante para ajudar a situação da empresa. "Não vislumbramos nenhum instrumento que socorra a Petrobras se não o aumento."O valor do reajuste ainda é alvo de avaliação entre os ministérios da Fazenda e de Minas e Energia, afirmou.AÇÕES DA PETROBRASAs ações da Petrobras operavam em forte alta nesta quarta-feira, repercutindo a fala do ministro sobre a possibilidade de mais um aumento no preço da gasolina neste ano.Os ganhos nos papéis da estatal, contudo, também seguiam tendência registrada desde que a Petrobras fez uma espécie de "faxina contábil" após anunciar o primeiro prejuízo em mais de 13 anos, e depois de a diretoria reafirmar que buscará novos aumentos nos derivados em busca da paridade para os preços do combustíveis, segundo analistas ouvidos pela Reuters.Às 14h, o papel preferencial subia 4,24%, a R$ 21,11, e o ordinário tinha alta de 5,28%, a R$ 22,11. Enquanto isso, o principal índice de ações da Bovespa subia 1,69%.ÁLCOOL NA GASOLINAO ministro afirmou no mês passado que o governo federal pretende aumentar o percentual do álcool na gasolina de 20% para 25% assim que a produção nacional de etanol superar os patamares atuais.Sem dar mais detalhes, Lobão disse que se a produção se mantiver nos níveis verificados neste e no ano passado, não será possível ampliar o percentual de álcool na mistura.O ministro, no entanto, deu a entender que isso pode estar próximo de acontecer ao dizer que a mudança poderá ocorrer a qualquer momento.COMPAREAs oscilações no preço do álcool e da gasolina exigem que o consumidor que tem um veículo flex faça as contas antes de decidir qual combustível irá usar. Para ser mais vantajoso, o etanol deve custar menos de 70% do preço da gasolina.Sempre que o álcool ultrapassar esse percentual, o motorista ganha se optar pela gasolina.No simulador abaixo, onde o motorista pode fazer a comparação.É possível fazer a conta dividindo o preço do etanol pelo da gasolina. Com resultados inferiores ou iguais a 0,70, escolha o álcool; caso contrário, a gasolina.